segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Os reforços já chegaram.

Hoje, 5 de janeiro de 2009, o Vasco apresentou os novos rostos que reconduziram o ao seu habitat natural: a 1ª divisão. Dentre os jogadores recém chegados, apenas o nome de Léo Lima é bem conhecido da torcida. Contudo, não se pode esquecer também que esses atletas, apesar de desconhecidos, se enquadram na folha salarial proposta pela diretoria.
Além dos jogadores já apresentados, três reforços de mais nome estão para chegar: o goleiro Cássio (ex - Grêmio), o meia Carlos Alberto (ex - Botafogo) e o atacante França (ex - São Paulo). Os dois primeiros já acertaram as bases salariais e estão muito perto de vestir a camisa do clube ainda esta semana. Já França, porém, ainda está na fase de sondagem, mas já demonstrou o desejo de encerrar sua com a camisa do Vasco, seu clube de coração.

Porque o Vasco caiu.

Porque o Vasco caiu.

Fundado em 21 de agosto de 1898, o Clube de Regatas Vasco da Gama não disputa um campeonato na 2ª divisão desde o ano de 1922, quando ascendeu à elite do futebol carioca ao ser campeão do Campeonato Carioca da série B. Contudo, tal motivo de orguho de orgulho não poderá prevalecer durante o este ano de 2009, visto que a intituição de origem portuguesa disputará a 2ª Divisão do Campeonato Brasileiro.
Desde o ano de 2000 que a equipe cruzmaltina não permanecia entre os quatro primeiros colocados da principal competição nacional. Do espetacular time campeão da Copa Jõao Havelange, só permaneceram Juninho Paulista, Euller e Romário. Daí em diante a queda foi livre culminando nos quase rebaixamentos nos anos de 2002, 2003, 2004 e 2005, apesar de neste último ano o Vasco ter conquistado, na última rodada, uma das vagas na Copa Sul Americana. Embora, nos anos de 2006 e 2007 o risco do rebaixamento ter passado longe de São Januário, o título de campeão nacional também não passou perto de São Januário. Durante esse período de abstinência, os únicos fatos que a torcida vascaína pôde comemorar foram as artilharias dos Capeonatos Brasileiros de 2001 e 2005 conquistadas por Romário e o seu milésimo gol, mrcado em 2007 contra o Sport.
O descenso vascaíno, curiosamente, coincidiu com o período em que predominou a dinastia Eurico Miranda a frente do clube. Como vice – presidente do clube, cargo que exereceu de 1985 a 2000, Eurico Angelo de Oliveira Miranda contribuiu administrativamente para a conquista dos Campeonatos Cariocas de 1987, 1988, 1992, 1993, 1994 e 1998, do torneio Rio – São Paulo, em 1999, dos Campenatos Brasileiros de 1989, 1997 e 2000 e da Taça Libertadores da América, em 1998. Esses êxitos o habilitaram para suceder Antônio Soares Calçada( presidente do Vasco de 1983 a 2000) na presidência do Clube de Regatas Vasco da Gama, a partir do ano de 2001. E foi desde então que o clube só conquitou um único título em oito anos: o Campeonato Carioca de 2003, além de ter amargado, sob a dinastia Miranda, três vices campeonatos para o Flamengo, seu maior rival. Deve – se ao folclórico presidente também os medíocres times formados que ano após anos enervavam o nome do Vasco da Gama nos cenários estadual, nacional e mundial e provocaram o já anunciado rebaixamento do Vasco.
Apesar de Eurico ter deixado a presidência do Vasco antes do fim do 1º turno do Brasileirão 2008, foi ele quem contratou a maior parte do elenco que rebaixou a equipe carioca.
A culpa da nova administração também está presente nesta tragédia anunciada. Roberto Dinamite assumiu um Vasco que embora fosse limitadíssimo tecnicamente era 8 º colocado do campeonato e que fora semi – finalista da Copa do Brasil. Com a sua chegada, ocorreu o neceassário choque de gestão no clube, que acabou prejudicando o desempenho do time dentro de campo. Morais e Jean saíram da equipe, enfraquecendo – a tecnicamente; Paulo Angione não foi mais o homem forte do futebol do clube, deixando o cargo de Gerente de futebol vago até o fim da temporada; e Roberto escolheu como vice presidente o inexperiente Neca. Todavia, o erro capital da nova presidência foi a contratação do inexpressivo Tita como técnico do clube. Sob sua direção, parecia que o Vasco iria reascender no campeonato, uma vez que a equipe conquistara três boas vitórias consecutivas sobre Palmeiras, pela Copa Sul americana e Internacional e Portuguesa, pelo Campeonato Brasileiro, essas vitórias, porém, esconderam as dificuldades abissais do time, fazendo com que a diretoria lhe concedesse “carta branca” para a contratação de jogadores. Daí vieram Serginho, André, Jonhy e Baiano (vieram também Pedrinho e Fernando, mas aquele foi pouco aproveitado e este foi positivo a defesa do Vasco). A perda da chance de contratar jogadores que realmente acerscentariam ao time foi sentida até o fim do campeonato. Mesmo com a saída de Tita e a chegada de Renato Gaúcho, a deficiência técnica da equipe foi sentida de forma aguda até o fim do campeonato, sobretudo nos fracassos dos confrontos diretos contra Figueirense, Náutico e Atlético – PR. Assim o Vasco deu adeus à 1ª Divisão do futebol brasileiro.
Os jogadores eram fracos tecnicamente e tiveram grande parcela de culpa. A presidência de Roberto Dinamite pegou um barco já na direção do precipício e não conseguiu mudar a direção dele. Mas quem contratou os jogadores fracos e pôs o Vasco na direção errada? Foram as mesmas pessoas que em oito anos na administração do clube só conquistaram um título . Por essas e outras é que lhes cabe a responsabilidade principal do rebaixamento do Vasco.

Foi há 8 anos.

Foi há 8 anos.


Terminado o Campeonato Brasileiro de 1999, no qual o Corinthians foi campeão vencendo o Atlético – MG na final, surge uma polêmica: o Botafogo seria ou não rebaixado paar a 2ª Divisão? Segundo o regulamento do próprio campeonato, sim, mas uma interpretação de uma lei deu – lhe pontos adicionais que o mantiveram na elite do Campeonato Brasileiro. Em seu lugar o Gama – DF foi rebaixado. O clube de Brasília, por sua vez, levou este caso aos tribunais e, na justiça, conquistou o direito de disputar qualquer competição nacional em 2000 na 1ª Divisão. Com circo começando a ser armado, a tenda foi posta quando Bahia e Fluminense, que até então estavam na 2ª divisão do Brasileirão, apadrinhados por Eurico Miranda, foram alçados diretamente para a elite do campeonato. E para esconder a desordem, a pintura escolhida foram os módulos Azul, Amarelo e Verde – Branco, que substituíram, respectivamente, as Primeira, Segunda e Terceira Divisão. Assim, com 114 clubes, começou a ser disputada em julho de 2000 a Copa João Havelange.

Para o Vasco, o primeiro semestre de 2000 indicava que aquele ano seria o ano do quase. No Mundial de Clubes da FIFA, o título escapou na final para o Corinthians; no Campeonato Carioca, o título foi parar nas mãos do Flamengo; e no Rio – São Paulo, o Vasco perdeu o título para o Palmeiras. Contudo, os Deuses do futebol haviam guardado a Cpa Jõao Havelange para a sala de troféus do Gigante da Colina.

O começo foi tropeçando. A derrota, em casa, para o Sport deixou o torcedor vascaíno apreensivo. A equipe, apesar de excelente tecnicamente, sentia falta de um autêntico camisa 10, alguém que chamasse a responsabilidade do jogo para si. Para essa função Juninho Paulista foi contratado e em sua estréia jogou bem, mas o Vasco não passou de um empate em 3 a 3 com o Cruzeiro, em São Januário, após ter saído vencendo por 3 a 0. Na sequência do campeonato, o Vasco conquistou 12 pontos dos 21 disputados (venceu o Corinthians e o Guarani, por 1 a 0, empatou em 1 a 1 com o Santa Cruz, venceu a Ponte Preta por 2 a 1 e empatou em 2 a 2 com o Atlético Paranaense e a Portuguesa), só parando diante do Bahia, quando foi derrotado na Fonte Nova, por 3 a 1. A recuperação, porém, já veio no partida seguinte: vitória de 4 a 3 sobre o Fluminense, em clássico emocionante. Essa vitória embalou as outras 3 seguintes, sobre o América – MG (4 a 0), Juventude (2 a 1) e Atlético – MG (4 a 0). Nem mesmo os empates, em 2 a 2, com o Vitória e, em 1 a 1, com o Santos seguraram o Vasco que se agigantava no campeonato, vencendo o Gama, por 1 a 0, e o Goiás, por 2 a 1.

A goleada sofrida por 4 a 0 para o Flamengo, com direito a gol olímpico de Petkovic, apenas adiou a classificação para as oitavas – de – finais, obtida 6 dias depois na vitória de 1 a 0 sobre o Coritiba, no Couto Pereira, com cinco rodadas de antecedência.

Já classificado, o técnico Oswaldo de Oliveira aproveitou os últimos cinco jogos para fazer experiências no time. Resultado? Foram 4 derrotas ( 2 a 0, para o Internacional, 3 a 0, para o Palmeiras, 2 a 1, para o Botafogo e 4 a 0, para o São Paulo) e uma vitória (1 a o, sobre o Grêmio).
A fase eliminatória começou nas oitavas – de – finais. O adversário do Vasco foi o Bahia. A 1ª partida foi na Fonte Nova e com apenas 5 minutos de jogo o Bahia já vencia por 2 a 0. Mas com paciência e competência o Vasco empatou a partida ainda no 1º tempo, virou o placar na 2ª etapa e só não saiu vencedor porque Jorge Wagner empatou o placar em 3 a 3 e deu – lhe números finais.
Três dias depois, as duas equipes voltaram a se enfrentar na partida de volta disputada em São Januário. Desta vez , quem saiu na frente foi o Vasco, com Euller fazendo 1 a 0.Porém, o Bahia não se abateu e empatou o jogo com Vagner aos 40 minutos do 1º tempo. No 2º tempo o Vasco voltou a ficar a frente no placar novamente com Euller, mas a vantagem durou pouco porque logo o Bahia voltou a empatar. Pelo regulamento, esse placar era favorável ao clube baiano e foi aí que surgiu o craque do campeonato: Juninho Paulista, que em excelente jogada individual fez o terceiro gol do jogo, o gol da classificação, o gol que pôs o Vasco nas quartas – de finais.

Nas quartas – de – finais a vítima foi o Paraná, que viera como campeão do Módulo Amarelo, a 2ª Divisão da Copa João Havelange. O jogo de ida foi em São Januário e o Vasco venceu facilmente por 3 a 1, com Juninho Paulista abrindo o placar e Romário marcando duas vezes. Na partida de volta disputada no Couto Pereira deu Paraná: 1 a 0, mas, mesmo com a derrota, o Vasco passou as semi – finais.

O Cruzeiro, melhor time da Fase Classificatória, foi o adversário do Vasco. A 1ª partida foi em São Januário e o Vasco logo abriu uma vantagem de 2 a 0, com dois gols de Euller, o Filho do Vento. Mas, a exemplo do que acontecera na Fase Classificatória, o Vasco permitiu que o Cruzeiro empatasse o jogo. O empate em 2 a 2 custou a cabeça do terinador vacaíno Oswaldo de Oliveira, demitido pelo então vice de futebol do Vasco, Eurico Miranda, sob a alegação de “estar entregando algumas partidas”. Joel Santana foi contratado para assumir o cargo deixado por Oswaldo de Oliveira.
3 dias após realizar a “Virada do Século” na conquista da Copa Mercosul sobre o Palmeiras, o Vasco foi enfrentar o Cruzeiro no Mineirão. Com a vantagem de poder empatar em 0 a 0 e 1 a 1, a Raposa era favoritíssima e jogava diante de sua torcida. O Vasco, porém, não se intimidou e abriu o pacar com Juninho Pernambucano, mas o Cruzeiro empatou pouco tempo depois com Sorín. O 1º tempo treminou 1 a 1, resultado qeu classificava o Cruzeiro. Na 2ª etapa o Vasco voltou melhor e ,com gols de Euller e Romário, conquistou um lugar na final da Copa João Havelange.
Vasco da Gama e São Caetano fizeram fizeram a final do torneio. O São Caetano viera como vice – campeão do Módulo Amarelo e, na Fase Final, já havia eliminado Fluminense, Grêmio e Pameiras. O jogo de ida foi no Parque Antárctica. A equipe comandada por Jair Picerni deu trabalho e abriu o placar com o lateral – esquerdo César, aos 11 minutos. Romário empatou para o Vasco aos 27 minutos do 1º tempo e deu números finais a partida, em 1 a 1.

Dia 27 de dezembro de 2000, quarta – feira. Palco do 1 º jogo da final da Libertadores de 1998, São Januário jamais recebera uma final de Brasileiro, por isso Eurico Miranda trouxe a final para a casa do Vasco, para que assim, pela primeira vez em sua história, o Gigante da Colina fosse campeão brasileiro jogando em sua verdadeira casa. Entretanto a capacidade de São Januário é de aproximadamente um terço da do Maracanã. Assim não seria díficil ocorrer uma super lotação no estádio. E foi o oque ocorreu. Antes da rolar a bola, quem olhasse para as arquibancadas poderia ver que os torcedores estavam se esmagando em virtude do espaço que simplesmente não havia ali. Mesmo com esse fato sendo percebido por todos, a partida foi realizada e o São Caetano começou melhor. Aos 18 minutos do 1º tempo, Romário sentiu uma lesão na coxa esquerda e foi substituído. Isso gerou um forte clima de tensão nos torcedores ali presentes. Aos 23 minutos de jogo ocorreu uma confusão em uma das torcidas organizadas do Vasco em virtude da saída do craque, que, somado a super lotação no estádio, fez com que parte do alambrado desabasse. A partir de então, a partida foi interrompida e, apesar da pressão de Eurico Miranda, suspensa pelo então governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, por motivos de segurança. O gramado de São Januário foi ocupado por centenas de torcedores, dentre os quais havia 168 feridos. Pelo regulamento, o dono do campo (no caso o Vasco) deveria perder os pontos do jogo, o que daria o título ao São Caetano. Mas o clube paulista, com medo de ficar de fora do Brasileirão 2001, topou fazer outro jogo, em janeiro de 2001.

A nova final foi marcada para o dia 18 de janeiro de 2001, no Maracanã. E foi no maior estádio do mundo, o palco preferido de Romário, que o Vasco venceu o São Caetano por 3 a 1, com gols de Juninho Pernambucano, que se despedia do clube naquele dia sob os gritos de “Fica, fica!” e “Rei, rei, rei, Juninho é nosso rei!”, Jorginho Paulista e Romário, que após dar passes para os dois primeiros gols marcou o seu 20º gol no torneio, após receber assistência do craque do campeonato Juninho Paulista. Depois foi só esperar o apito final e comemorar o título.

VASCO DA GAMA, TETRA CAMPEÃO BRASILEIRO: 1974, 1989, 1997 E 2000.